segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Maior poder de fogo contra o ciberplágio

Mario Lima Cavalcanti

Em julho do ano passado falei nessa mesma coluna sobre plágio de conteúdos jornalísticos na Web (aqui). O assunto foi bem recebido e gerou grandes discussões no fórum do artigo. De fato, plágio, seja na Web ou fora dela, é um tema que sempre interessa tanto aos estudantes de jornalismo quanto aos jornalistas veteranos. Passado quase um ano, o ciberplágio continua sendo um problema, fazendo nascer novos serviços online e organizações com a proposta de combatê-lo.
Parte desses serviços e entidades foram listados recentemente por Patience Simmonds no artigo "Plagiarism and cyber-plagiarism: A guide to selected resources on the Web", publicado no site da Association of College and Research Libraries.
Pelo artigo de Simmonds vi que muitas entidades e portais especializados no tema nasceram e cresceram, cada um com propostas bem interessantes. Mas o que me chamou mesmo a atenção na seleta lista foram os serviços online para a detecção de plágios na Web que eu não conhecia. O Center for Excellence in Teaching and Learning (CETL), da Universidade de Albany, em Nova York, nos Estados Unidos, por exemplo, publica informações e dicas a fim de educar alunos e professoras sobre o tema. Ainda na CETL, está disponível um software para detectar plágio e uma lista de exemplos de copyright e termos de reprodução de conteúdo.
Na praia dos programas e serviços voltados para professores, existe o Essay Verification Engine (Eve2) e o JPlag. Ambos carregam o difícil papel de, como o próprio Simmonds disse, detectar desonestidades acadêmicas (entenderam, né?). O primeiro é pago, mas garante efeciência em 80% a 90% dos casos e pode ser testado gratuitamente por instrutores por 15 dias. Já o segundo é totalmente gratuito, mas requer cadastro.
Outra ferramenta online, a Turnitin.com, é considerada por muitos como uma das mais avançadas para detecção de conteúdos roubados ou usados de forma indevida. Afiliado ao Plagiarism.org - um dos principais portais sobre plágio - o Turnitin.com cobra uma taxa para sua utilização, mas também permite que os usuários testem o serviço de forma gratuita. E se você quer um serviço que vasculhe informações em jornais digitais, existe o EduTie.com, que - além de também cobrar uma taxa de uso - faz uma varredura em cerca de 250 mil jornais procurando conteúdos duplicados.
Mas se o que você procura são informações mais didáticas sobre o assunto, o Departamento de Química da Universidade de Kentucky desenvolveu uma página recheada com definições e exemplos de plágios com suas respectivas penalidades. Apesar de a página não ser atualizada há mais de cinco anos, o conteúdo é válido e, segundo o pessoal do departamento, as informações contidas na página podem ser aplicadas a qualquer área.
Ainda sobre conteúdos didáticos, a Teaching and Learning with Technology, da Universidade Estadual da Pennsylvania, nos Estados Unidos, criou uma seção com definição, estratégias de detecção e até questionários sobre plágio, para que os professores possam testar o conhecimento dos alunos sobre o tema. Com foco também nos professores e alunos - e talvez mais interessante para quem está fazendo projetos de conclusão de curso e similares -, o site Purdue Online Writing Lab, além de apresentar definições básicas sobre plágio, mostra ainda situações em que documentações são necessárias. Exercícios também são encontrados na página.
É certo que muitas vezes o plágio é cometido por pessoas de fora do círculo do ensino, que não recebeu informações de que o que ela está fazendo não é ético, mas, no que diz respeito a ensino superior, mesmo com todos os recursos acima, é fundamental que os professores universitários - de todos os cursos e não só os da área da Comunicação - conscientizem seus alunos sobre o quanto a prática do plágio é prejudicial não só para os autores, mas para ele próprio, o futuro profissional, e indiquem sempre referências sobre o assunto. De certa forma, parte do combate ao plágio começa por aí.

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